Convergência - Jackson Pollock

Por: Mateus Borges

Convergência - Jackson Pollock, 1952
O estilo expressionista abstrato de Jackson Pollock reflete uma sensação de fuga do aprisionamento e padronização que se vivia no mundo. Em várias esferas da sociedade tais paradigmas sofreram represálias por grandes movimentos em prol da liberdade e minorias.
Uma revolta contra as guerras, uma busca por liberdade sexual, igualdade humana e principalmente pela libertação da ARTE que se torna uma válvula de escape para retratar criticamente os acontecimentos que marcaram especialmente os Estados Unidos, local de origem do pintor.
A pintura é feita em telas estendidas no chão e a forma como se pinta não era levada em consideração e se existia algum padrão esse seria exatamente a falta de padrão do pintor, a aleatoriedade. Cores distintas, fortes, espalhando-se por todo o espaço da tela. A impressão é de tinta dentro de um balde sendo simplesmente jogada.
A apreciação desta produção artística dependerá muito da leitura de mundo que cada pessoa tem. Entender a sua história e de seu mundo e saber o que se passa em seu cotidiano. Se formos pensar nos dias de hoje por exemplo, podemos associar as artes do gênero (action paiting) ao nosso caótico momento político e econômico. Uma frustração social que vem tendo seu estopim em manifestações mundo afora...
Em momentos de insegurança e sofrimento das nações, esta arte reflete o medo e posteriormente algum suspiro de luta e resistência.
É possível que pessoas com um histórico de submissão, ou sistema educacional sucateado (como em nosso país) possam questionar a obra e o gênero considerando-a apenas como " um balde de tinta jogado" ou dizer que não tem nenhum valor moral ou estético.
Mas a arte segue tentando, mesmo que um desenho de um sol não ilumine uma caverna. 


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