Experiarteando é a uma Exposição Virtual de Arte Contemporânea produzida pelos estudantes da Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia - Campus Porto Seguro, no componente curricular ARTE I - após os estudos feitos sobre linguagens artísticas contemporâneas.
Uma gota de esperança no mar da humanidade, Carla Camuso, 2020 - Ready made.
O anel. Nayralin e Elson Tupinambá 2021 - Instalação
O guardião, Adriano Tupinambá, 2021 - Intervenção
Antenados - Ronaldo e Samuel Pataxó, 2021 - Ready Made
Dois tempos lado a lado, Cida Pataxó Hãhãhãe, 2021- Ready Made
Pandemia, Mateus Pataxó, 2021 - Instalação
Aglomerações - Sirnete e Adrielle Pataxó, 2021 - Arte Efêmera
É a pergunta que a Trienal de Bruges 2018 propôs aos artistas e arquitetos internacionais para que pudessem criar obras / instalações que refletissem sobre a questão. Bruges é uma pequena cidade da Bélgica carregada de tradição cultural refletida nas antigas construções, rodeadas por seus belos canais. Apesar desse aspecto histórico, a Trienal de Bruges é um evento que promove a Arte e o artista contemporâneo. Desde 5 de maio - até 16 de setembro de 2018 - estão instaladas quinze obras espalhadas pelo centro da cidade. Dentre elas uma chamou a atenção por sua beleza "plástica" - eu diria literalmente plástica...
Sim, a obra se trata de uma grande baleia de doze metros de altura saltando da água, construída com cinco toneladas de objetos plásticos coletados nos oceanos Pacífico e Atlântico.
É uma intervenção feita pelo estúdio de design e arquitetura KCA de Brooklin (USA) Obviamente a intenção da obra é provocar uma reflexão sobre a quantidade de lixo que o ser humano está descartando em nossos mares e como isso está afetando todo o ecossistema. Assim, essa grande baleia azul foi uma resposta bem contundente ao enunciado. O futuro é mergulharmos no excesso de lixo que está sendo jogado diariamentenos mares e oceanos sem nenhuma preocupação com a educação da população quanto ao seu controle ou reaproveitamento. Afinal, essa é uma das mais importantes funções da arte contemporânea: gritar para o mundo quão grande tem sido os problemas no âmbito social, cultural e ecológico gerados pela humanidade. O futuro somos nós que construímos.
Foto: Studiokca-Skyscraper
Saudações artísticas Carla Camuso🌿 Fontes e maiores informações: http://www.incredibilia.it/ https://triennalebrugge.be/en/
A performance foi realizada pelos estudantes do Instituto Federal da Bahia atendendo a uma proposta de práticas de arte contemporânea na disciplina ARTE, ministrado pela professora Carla Camuso.
A reflexão se inspira nos problemas sociais que mais são noticiados pela mídia e que todos sabem que ocorre mas não sabe como mudar essa realidade enraizada no Brasil desde sua colonização.
O
estilo expressionista abstrato de Jackson Pollock reflete uma sensação
de fuga do aprisionamento e padronização que se vivia no mundo. Em
várias esferas da sociedade tais paradigmas sofreram represálias por
grandes movimentos em prol da liberdade e minorias.
Uma
revolta contra as guerras, uma busca por liberdade sexual, igualdade
humana e principalmente pela libertação da ARTE que se torna uma válvula
de escape para retratar criticamente os acontecimentos que marcaram
especialmente os Estados Unidos, local de origem do pintor.
A
pintura é feita em telas estendidas no chão e a forma como se pinta não
era levada em consideração e se existia algum padrão esse seria
exatamente a falta de padrão do pintor, a aleatoriedade. Cores
distintas, fortes, espalhando-se por todo o espaço da tela. A impressão é
de tinta dentro de um balde sendo simplesmente jogada.
A
apreciação desta produção artística dependerá muito da leitura de mundo
que cada pessoa tem. A pessoa precisa entender a sua história, a história de seu mundo e saber o
que se passa em seu cotidiano. Se formos pensar nos dias de hoje por
exemplo, podemos associar as artes do gênero (action paiting) ao nosso
caótico momento político e econômico. Uma frustração social que vem
tendo seu estopim em manifestações mundo afora...
Em
momentos de insegurança e sofrimento das nações, esta arte reflete o
medo e posteriormente algum suspiro de luta e resistência.
É
possível que pessoas com um histórico de submissão, ou sistema
educacional sucateado (como em nosso país) possam questionar a obra e o
gênero considerando-a apenas como " um balde de tinta jogado" ou dizer
que não tem nenhum valor moral ou estético.
Mas a arte segue tentando, mesmo que um desenho de um sol não ilumine uma caverna.
O Projeto És Arte e Amor surgiu de uma vontade da jovem artista Evelyn Emi em compartilhar suas mini produções com os colegas de ensino médio técnico do Instituto Federal da Bahia, Campus Porto Seguro. De acordo com a jovem, é como se ela estivesse distribuindo amor naquele pequeno papel, o mesmo amor que ela empregou para desenhar.
Uma ideia tão bacana em tempos tão difíceis, que pensamos em expandir.
Saímos dos limites da escola e percebemos as diversas reações das pessoas ao ser oferecido um desenho a troco de nada. No mínimo víamos um certo desconforto por parte dos que recebiam e por incrível que pareça, a receptividade dos moradores, que não tem acesso aos circuitos culturais das capitais, foi bem maior.
Sabemos que em cidades turísticas os visitantes ficam na defensiva por causa da quantidade de vendedores, mas sequer paravam para ouvir. Apesar de estarem ali por lazer, tinham pressa. Não sabemos exatamente de quê, o importante é que não tinham tempo para ouvir e nem receber amor.
Pena. Perderam de carregar consigo um fragmento de sonho estampado, uma esperança de um futuro mais AMIGO,
Passei o segundo semestre de 2017 no modo "hibernando" tanto nas redes sociais como até mesmo aqui, espaço que criei especialmente para falar sobre toda e qualquer manifestação artística. Uma apatia inexplicável... Só que não. Talvez a energia estivesse escapando por entre os canos da revolta desde que paramos para enxergar melhor esse Brasil que tem convivido diariamente com a corrupção e todas as consequências oriundas dela. A sensação constante de impotência diante de tanta injustiça vista e vivida é bem pesada.
Contudo, algo tão cultural e tão nosso, patrioticamente falando, deu uma cutucada nesse comecinho de 2018 e me fez despertar desse sono intelectual exclusivamente para falar sobre ele: o CARNAVAL, mais precisamente sobre o desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, aliás, mais precisamente ainda sobre a escola vencedora.
Como sou totalmente diurna, obviamente não passo a noite assistindo os desfiles, mas sempre busco ver a apuração e conferir pela internet o que rolou a partir das notas que são dadas. É como se eu quisesse me certificar se foi realmente bom... (rs)
Sempre achei super interessante o trabalho criativo das escolas em todos os quesitos: música, dança, adereços, carros alegóricos. Trabalho árduo de vários artistas que constroem um espetáculo ao longo do ano para apresentação ao grande público na apoteose. É cultura brasileira viva !
Enfim, esse ano, depois que foi consagrada campeã a escola Beija flor, fui conferir seu desfile na íntegra e para minha surpresa, me peguei emocionada, arrepiada e achando tão perfeito o que fizeram que me senti na obrigação de externar esse sentimento, sobretudo no intuito de afirmar o quanto é ARTE com "A" maiúsculo cada escola que desfila:
É produto da criatividade humana, conta uma história, passa uma mensagem, desperta o olhar do espectador para a realidade em que vivemos e para tudo isso utiliza apenas elementos estéticos visuais e sonoros, inclusive se apropriam de linguagens artísticas tanto tradicionais como tecnológicas para acompanhar a contemporaneidade como sempre acontece com as artes.
Primeira coisa que chamou atenção foi o fato do samba enredo cujo título foi tão criativo quanto tudo o que vi - Monstro é aquele que não sabe amar os filhos da pátria que os pariu - ser cantado por um belo coral: todos que estavam presentes na avenida, do começo ao fim do desfile de uma forma quase gritada, de maneira que quase nem ouvíamos o famoso puxador Neguinho da Beija Flor.
Não era à toa, veja alguns trechos:
(...)
Ganância veste terno e gravata
Onde a esperança sucumbiu
Vejo a liberdade aprisionada
Teu livro eu não sei ler, Brasil!
(...)
Oh pátria amada, por onde andarás?
Seus filhos já não aguentam mais!
Você que não soube cuidar
Você que negou o amor
Vem aprender na beija-flor
De fato, a letra era o grito que estava engasgado na população especialmente a do Rio de Janeiro que apesar de continuar lindo, passa por uma terrível crise, fruto do contínuo saqueamento feito pelos políticos ano após ano.
E depois que foi surgindo, ala por ala, carro por carro, realmente vi o quanto a escola mereceu esse título. Uma crítica histórica e social bem elaborada, bem artística (envolveu além do visual a dramatização dos integrantes) e bem clara sobre a situação que estamos vivendo.
Daí o meu despertar... eles conseguiram externar as minhas angústias e mostrar como a arte é pura catarse.
Uma das cenas mais emocionantes que vi estava no carro intitulado "Abandono" mostrando uma escola sendo atacada por um bandido atirando nos alunos e professor. Sobre a interpretação dessa cena, vou recorrer mais uma vez à Arte, ou melhor aos elementos que usamos para interpretar uma obra de arte: pode ser feita tanto literalmente, porque realmente a violência já invade muitas escolas, como metaforicamente com o sucateamento da educação feita pelos políticos em detrimento de seus mega salários com todos os vales possíveis (alimentação, transporte, ternos, viagens...).
Outras cenas como do lixão, dos bandidos e seus celulares nas prisões, favelas formadas a partir do prédio da Petrobras, enfim... Um recorte da nossa realidade de alguns anos para cá em apenas uma hora de desfile, sem perder a esperança de que tudo pode mudar.
Realmente chocou. E para fechar, chocar costuma ser o objetivo da Arte.
Beija-flor de Nilópolis e todos os profissionais envolvidos... para vocês tiro o meu chapéu.
Achei um videozinho com os melhores momentos que talvez sirvam para dar um ideia do que foi dito:
Saudações Carnavalescas
Carla Camuso 🌍
Composição do Samba enredo: Di Menor / Diego Oliveira / Diogo Rosa / Gilsinho Bacana / JJ Santos / Júlio César Assis / Kiraizinho / Manolo